terça-feira, 14 de dezembro de 2010

UM CONTO DE NATAL

Um Conto de Natal
Nas férias de Natal, em casa da Rebeca, uma menina de uma família humilde, preparava-se o jantar da véspera de Natal. Convidaram os avós, os tios e os primos mais chegados. Era uma época muito alegre. Por todo o lado, viam-se as casas enfeitadas, as ruas cobertas de neve, mas o mais incitador, era o baile que ocorria todos os anos no palácio.
No dia vinte e três de Dezembro, Rebeca teve de ir ao mercado fazer um recado que a mãe lhe mandara. Quando acabou de fazer as compras, viu um rapaz estendido no chão desmaiado, que parecia ter sido atropelado por uma carroça ou espancado por alguém e que tinha sido deixado ali. Ao vê-lo assim estendido no chão, teve pena e pediu ajuda ao pai para levá-lo para casa.
Logo que chegou a casa deitou-o na sua cama e cuidou das suas feridas.
Entretanto, no castelo havia uma grande confusão, porque andavam todos à procura do príncipe que tinha desaparecido. Logo, logo seria o baile de Natal e ele teria de  estar presente. No entanto, na casa da Rebeca tudo corria lindamente, já todos tinham chegado e era uma grande alegria. Rebeca e o Príncipe davam-se lindamente. Chegou, finalmente, o dia de Natal, todos andavam pelas ruas a festejar. No palácio, desesperava-se, porque ninguém sabia onde andava o príncipe. Então, o rei mandou convidar todas as pessoas do seu reino.
Quando a notícia chegou à casa da Rebeca, o Príncipe convida-a a ir com ele ao baile e ela aceitou.
No baile, todos esperavam que o príncipe Filipe aparecesse. Ficaram contentes por o verem chegar, veio logo um criado que levou a Rebeca e o Príncipe para um quarto para se vestirem de forma adequada ao evento. Ele como príncipe e ela como uma princesa. Foi um baile inesquecível.
A partir desse dia Rebeca e o Príncipe Filipe apaixonaram-se. Mais tarde, casaram-se e viveram felizes para todo sempre!
Margarida Pereira de Mendonça nº18 9º3
 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um livro sobre o amor aos livros

O livro para todos os pais e professores

Como Um Romance de Daniel Penac


O escritor, que também é romancista e professor, conta sobre sua experiência como "formador de leitores" e como conseguiu despertar nos alunos o gosto pela leitura, livros e autores. Pais, professores deveriam, mais que outros, ler este livro.


 DIREITOS IMPRESCRITÍVEIS DO LEITOR

1. O direito de não ler.
2. O direito de pular páginas.
3. O direito de não terminar um livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de reler.
6. O direito ao bovarismo* (doença textualmente transmissível).
7. O direito de ler em qualquer lugar.
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O direito de ler em voz alta.
10. O direito de calar.

Qual a maior palavra da língua portuguesa?


A maior palavra da língua portuguesa possui 46 letras e ganhou registo definitivo em 2001, quando apareceu no dicionário Houaiss. Falamos de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico. Antes, o título pertencia ao advérbio "anticonstitucionalissimamente", que tem 29 letras e descreve algo que é feito contra a constituição. O vice era "oftalmotorrinolaringologista", com 28 letras, que se refere ao especialista nas doenças dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.
O Houaiss é o campeão de palavras na língua portuguesa, mas não traz, por exemplo, palavras da química que têm dezenas de sílabas, usadas para definir compostos. Uma delas é "tetrabromometacresolsulfonoftaleína", que tem 35 letras e indica um corante usado em reações. "Palavras como esta são muito específicas e só aparecem em glossários de terminologia química", diz o filólogo Mauro Villar, do Instituto Antônio Houaiss.

Entenda cada parte desse vocábulo de 46 letras
Pnmeumoultramicroscópico
Pneumo - Pulmão
Ultra - Fora de
Microscópico - Muito pequeno
Silicovulcanoconiótico
Sílico - Vem de silício, um elemento químico presente no magma vulcânico
Vulcano - Vindo de um vulcão
Coniótico - Vem de coniose, doença causada por inalação de pós em suspensão no ar
Tudo isso junto...
Pessoa que sofre de uma doença pulmonar, a pneumoconiose, causada pela aspiração de cinzas vulcânicas!




Fonte: Mundo Estranho

Educar em Português: O Novo Acordo Ortográfico

Educar em Português: O Novo Acordo Ortográfico: "O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa afigura-se como uma inevitabilidade nas nossas vidas. Pois é bom que nos vamos habituando às ..."

"Quem vai ao mar perdeu o seu lugar"



Vou contar-vos uma história em prova desta asserção
Era uma vez uma rapariga chamada Catarina Conceição
que gostava muito de aventuras, mas a sua família não.
Certo dia, ouviu dizer que uma grande prova iria acontecer
tão feliz de alegria foi à sua família dizer
que no concurso se iria inscrever.
Mas a família respondeu: « Não te metas nessa grande confusão
senão vais parar como a tua avó ao caixão. »
Havia também outra rapariga chamada Maria Cuequinha
que tinha medo de tudo e vivia sozinha.
Certo di, pensou: « Voou fazer como a Catarina Conceição,
vou-me inscrever nesta grande competição. »
Chegou o dia e lá estavam elas no meio da multidão
a prepararem-se para aquela grande confusão
Chega a hora da grande partida
e lá estavam a Maria Cuequinha cheia de medo e pavor
mas com muito bom humor
                   PUM ! ! !
Começa a corrida.
Lá ia a Catarina Conceição a correr em alta definição
mais atrás ia a Maria Cuequinha com uma grande aflição.
Já se via a meta e lá iam as duas a correr como uma rápida seta.
Viva! Viva! Ganhou a Catarina Conceição.
Chamada ao pódio, mas com muito ódio
teve de ir à casa de banho.
Como a Catarina não apareceu
a Maria Cuequinha ganhou esta corridinha
mas não ficou sozinha!
Com ela levou uma grande taça que usaria para comer a massa.
Ana  Carolina  Andrade Meneses
 7º3 nº1

Os autocarros amarelos - trabalho da aluna Cláudia Vieira Silva

Ao longe, um estranho veículo sobre quatro rodas pesadas, comprido e pintado de uma cor berrante invulgar, parece ter captado a atenção dos indivíduos que aguardavam, alguns deles, impacientemente, pela sua chegada.
       Estes sujeitos encontravam-se sob um cubículo aberto de vidro transparente, preenchido por papéis com números minúsculos, invisíveis para quem passa a um metro de distância, e  rabiscos a corre(c)tor ou tinta preta.
                O tal meio de transporte aproximou-se. Parou mesmo à minha frente e, de forma automática, abriram-se as portas instantaneamente.
                Não consegui entrar primeiro. Há sempre alguém que se coloca à frente e entra pelas portas dentro com grande rapidez, para ficar com o melhor lugar do autocarro… pois, o estranho veículo automóvel de que falava era um simples autocarro amarelo, para transporte colectivo. (Por que  razão  os autocarros são amarelos?)
                Quando entro, tendo visualizar caras conhecidas de forma discreta. Sento-me num dos bancos do fundo, por ser modesto e revelar discrição. O autocarro arrancou.
                Nesse momento, fiquei alerta a tudo o que se passava lá dentro: alguém falava ao telemóvel desalmadamente. Uma rapariga bocejava, outra expelia, lentamente, todo o ar que tinha nos pulmões pela boca fora, com toda a força suprimida. Houve quem olhasse de soslaio para a rapariga.
                Um jovem, quase adulto, batia com o pé no chão de forma ritmada ao som que lhe era emitido pelos auriculares enfiados nos seus ouvidos.
                Uma velhota mexia nos sacos das compras, conferindo tudo o que estava lá dentro e fazendo contas ao dinheiro que gastara.
                Duas mulheres, já na casa dos quarenta, murmuravam entre si, contando algo uma à outra e,  por vezes, soltavam uns risinhos agudos.
                Enquanto um homem tossicava, olhei para fora da janela. Na rua, algumas adolescentes fingiam que não estavam interessadas em saber quem estaria dentro do autocarro. Ajeitavam o cabelo, como se gritassem :“Olhem para mim!”, enquanto davam uma espreitadela para dentro do autocarro para verem se estava alguém a olhar. Um ar satisfeito cobre-lhes o rosto.
                Suspiro. Viro os olhos para dentro do veículo em que me encontrava, observando quem chegava e quem saía. Mas, quando chegou à minha vez de tocar à campainha para sair, pensei para onde iriam aquelas pessoas e o que elas sentiriam por estarem a chegar ao seu destino. E, depois, reparei que cada rosto que se encontrava lá dentro mostrava tudo o que sentiam, desde ao modo como se comportavam até ao que transmitiam aos outros.
                Cheguei à minha paragem de saída. E quando saí do autocarro, olhando-o mais uma vez, pus-me novamente a questionar, por mais estúpido que seja, por que razão é  que os autocarros são amarelos?
Cláudia Vieira Silva, nº7
10º ano Turma 3
2010/2011 Português

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PLANO REGIONAL DE LEITURA Propostas de Leitura Recreativa para 2º Ciclo

Listas de Autores Madeirenses

ANDRADE, Irene Lucília Histórias que o vento conta
A Ilha Que é Gente
Porque me lembrei dos cisnes
ARAÚJO, Lídio Maresias
CASTRO, António Manuel de Contos
Novas Histórias com História
CORREIA, Octaviano O Menino dos Olhos Azuis de Água
Histórias com Gente Dentro
O Monstro de Sete Cabeças e as Meninas e outras
Histórias Angolanas
O Monstro das Sete Cabeças e as Meninas
Roubadas
FAGUNDES, Isabel Anjo azul
A Bruxinha Matilde e o Dragão Cor de Rosa. Funchal, 1.ª
Ed.,
Arguim Editora Regionalista, 2004
FERNANDES, Francisco A casa do penedo da gaivota
A Estrela Perdida
As Estrelas do Mar e o Peixe Prateado – Uma
história sobre a diferença. Funchal, 1.ª ed., Edição
Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de
Educação Artística, 2004.
As Estrelas do Mar e o Peixe Prateado, Juntos de
novo!
O Diogo Quer Ser Futebolista
HOMEM, Maria Aurora Vamos Contar Histórias
Juju, a Tartaruga
Loma, o lobo marinho
MATA, Lília Contos de Embarcar
PEREIRA, AnaTeresa A casa da areia
A casa dos penhascos
A casa dos pássaros
A casa das sombras
A casa do nevoeiro
RODRIGUES, Mª do Carmo João Gomes do Gato
Chamo-me Leovigildo
Tiago Estrela
A Jóia do Imperador
O Jardim de Rosalina e outras histórias
VIEIRA, P. Alfredo Continhos
XAVIER da SILVA, Mariana O rapazinho da Lombada - Madeira Offerendas,
Lisboa, 1884

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um dos momentos mais hilariantes da minha infância

    Não me posso queixar da minha infância... pelo que me recordo, foram tempos muito divertidos em que tudo era uma brincadeira.
    A minha mãe costumava dizer que eu era muita curiosa. Tão curiosa que, um dia,fui ao quarto da minha tia e comecei a mexer rádio que ela tinha lá. Era o lugar para onde eu mais gostava de ir enquanto ela não estava em casa. Quando ela chegava e via o quarto todo desarrumado, já sabia quem havia lá estado. Nesse dia, a minha mãe disse-me que eu tinha ido para o quarto da minha tia e que tinha fechado a porta.
    Pouco tempo, depois a minha mãe ouviu um estrondo e viu-me a correr para a rua. Ela começou a rir de mim, porque eu fui mexer no rádio, mais especificamente no botão do volume e, sem querer, coloquei no máximo. Fui carregar no botão play e aquilo fez tanto barulho que eu apanhei um susto e nunca mais liguei a aparelhagem sem a minha mãe a meu lado.
    Foi, sem dúvida, um dos momentos mais hilariantes da minha infância.

Ana Filipa - 10º1

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O uso excessivo do gerúndio

Para sorrir...O que mudou nesse novo acordo ortográfico?

O novo acordo ortográfico

Educar em Português: O Novo Acordo Ortográfico

Educar em Português: O Novo Acordo Ortográfico: "O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa afigura-se como uma inevitabilidade nas nossas vidas. Pois é bom que nos vamos habituando às ..."

O Clube de Português está na Rádio-Escola!

            
                        Clube de Português GZ               




Participação do Clube de Português na
 Rádio-Escola

Horário: (intervalos das aulas) 11.25; 14.55

2ª feira
Sabias que…
Erros linguísticos mais frequente/Expressões idiomáticas
3ª Feira
As Nossas Leituras
Alunos/prof./ Enc.Ed./Convidados falam sobre o livro preferido
4ª Feira
A Hora do Texto
Leitura de trabalhos de alunos do Clube e outros
5ªFeira
Curiosidades  da Língua Portuguesa
Curiosidades/notícias sobre a língua e sobre a literatura…
6ª Feira
Espaço da Lusofonia
O Português no mundo


E, quando tocava [o avô Germano], imaginava-o dentro de uma fina bolha de ar, na qual ninguém entrava. Só ele existia


A minha casa antiga é o palco da minha infância. Quando fecho os olhos, perco-me na imensidão nítida que ainda são as minhas memórias. A maior parte delas começa no jardim grande, cheio de flores e árvores de vários tipos, em que, na parte sul, se encontrava o meu baloiço, construído pelo meu avô, após o meu quinto aniversário.
       A lembrança mais viva é a de observar o seu rosto moreno ao sol, enquanto me empurrava num ritmado balancé, que hoje me faz lembrar o passar dos anos. A sua música ainda me ecoa na cabeça como se a tivesse ouvido todos os dias, depois de ele ter morrido. São notas longas e suaves.O seu piano reinava na casa. Não havia direito a ouvir a voz dos desenhos animados, só as belas composições do avô
  Germano. Nem valia a pena protestar!
Até aos meus sete anos cresci a ouvir a sua música e só eu sei do que mais tenho saudades: dos dois, do avô e do seu piano, porque juntos eram um só. Estavam conectados de tal forma que ninguém conseguia quebrar a ligação. E, quando tocava, imaginava-o dentro de uma fina bolha de ar, na qual ninguém entrava. Só ele existia.
Claro que ele me ensinou a tocar, mas, depois de ir embora, já nenhu
ma tecla soa como aquelas da minha infância.
Inês Maria
10º1

Os nossos alunos escreveram...

        

ANA SOFIA
Quase todas as infâncias são belas, mágicas e com muitas peripécias divertidas para contar. No entanto, há sempre um momento que todas as crianças não esquecem, que é o primeiro dia de aulas. Lembro-me perfeitamente do meu.
         A noite anterior à minha entrada na escola foi um suplício. O relógio teimava em manter os mesmos números durante longos períodos. Eu já começava a ser invadida por vários sentimentos como a ansiedade, o medo, a curiosidade… e já sentia as famosas borboletas no estômago. Mesmo assim contive-me, porque não queria acordar os meus pais.
         Para me acalmar, pus-me a imaginar as professoras, os novos amigos e aquela que iria chamar “minha escola”. Com tanta imaginação acabei por adormecer na macia almofada de penas que me fora oferecida no meu aniversário.
         Entretanto, a manhã chegou e a energia que tinha em mim era tanta que não me deixava parar, nem um segundo.
         No caminho para a escola, foi como se me tivessem sugado a energia. Estava quase imóvel. Sentia medo, medo de algo não correr bem. A travessia de casa à escola foi feita em silencio, o que deveria se complicado para uma faladora como eu. Mas, quando cheguei à escola, tudo isso passou. Arranjei logo companhia e mandei os meus pais embora, já com a mania de ser independente. O dia passou rápido, e à noite, o que não faltaram foram histórias para contar. Histórias essas que relatavam, nem mais nem menos, do que a minha felicidade por estudar

10º2



Como já era costume, em todas as tardes de Inverno, estava no parapeito da janela... A saudade entranhava-se na imensa neve fria e esmagadora.
- Já passou tanto tempo... - ao pronunciar estas tímidas palavras, senti um líquido quente e salgado que escorria ao longo do meu rosto gélido.
     Foi  exactamente há dez anos, tinha eu os meus ternos seis anos, era Natal, a casa estava toda decorada, o cheiro natalício andava por todo o lado e eu, com a minha doce ingenuidade, estava sentada no pavimento frio daquela divisão, os meus olhos verdes brilhavam como esmeraldas e esperavam com ansiedade. Estava a infringir todas as regras impostas pela minha mãe, mas a curiosidade de uma menina era sempre mais forte do que qualquer outra coisa.
 Esperava e esperava, mas ele nunca mais aparecia, já passava da meia noite… será que a minha mãe tinha mesmo razão? Será que aquele homem rechonchudo, de barbas brancas, vestido inteiramente de vermelho, só aparecia depois deu eu estar a dormir?
     Tentei... Juro que tentei, mas os meus olhos já estavam a ficar demasiado pesados, lutei com todas as minhas forças até que cedi e fechei os olhos.
            Acordei, olhei em meu redor e estranhamente reparei que estava na minha cama. Levantei o meu pequenino braço dos pesados cobertores e afastei um pouco da cortina. Os raios de sol entraram bruscamente, indicando-me que já era manhã. Calcei os meus chinelos e corri para junto da árvore de Natal.
Quando, finalmente, lá cheguei os meus olhos verdes brilharam como nunca. Estes nunca viram uma árvore tão recheada como aquela que estava diante de mim. Ouvi uns passos: eram os meus pais que vinham em meu encontro. Num longo abraço pronunciaram um ''Feliz Natal'', que valeu mais que todos aqueles presentes que estavam debaixo daquela árvore.
Estremeci... Continuava ali ao parapeito da janela recordando todos aqueles bons momentos da minha infância.
     Infelizmente são apenas recordações.
Débora10º2


Eu sou a Ana! Se o tempo pudesse voltar atrás, traria comigo todas as pessoas que me deram amor e que todos os dias me deram um sorriso

             Ainda me lembro de quando vim de Lisboa para a Madeira e tive que deixar os meus amigos.
             Para mim, amigos são uma das coisas mais importantes da vida, pois quem não tem amigos não é uma pessoa completamente feliz.
              Se o tempo pudesse voltar atrás, traria comigo todas as pessoas que me deram amor e que todos os dias me deram um sorriso, especialmente a Sr.ª Rosa, que cuidou de mim enquanto minha mãe trabalhava.
              Todos os dias de manhã, apanhava o metro para Loures, e quando lá chegava lá estava a Sr.ª Rosa na estação à minha espera para irmos passear.
              Todas as manhãs me levava a tomar o pequeno-almoço e comprava-me sempre uma  boneca.
               Hoje em dia, só nos falamos por telefone, pois ela não pode vir à Madeira, porque é uma  pessoa muito doente e está entre a vida e a morte, e sempre que lhe telefono, ela chora por ouvir minha voz e chora por pensar que, um dia que vá com Deus, não tem quem me avise.
               Mando-lhe fotos e postais todos os meses, para que ela não se esqueça de mim.
               Ela é como se fosse uma segunda  mãe e peço a Deus que não a leve sem eu ter a oportunidade de a ver mais uma vez.
               Se eu pudesse voaria até ao infinito, e sentava-me numa estrela que brilhasse menos, e de lá olharia o mundo. Mas levava comigo um binóculo que me deixasse ver em especial aquela amiga.
              Deixava também minhas lágrimas caírem na terra, uma por uma, como se fossem gotas de chuva, mas queria que minhas lágrimas levassem até ela minha saudade. Apesar de  não estar todos os dias ao meu lado, esta sempre no meu coração.
              Cada novo amigo que gostamos no decorrer da vida, aperfeiçoa-nos e enriquece-nos não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos releva de nós mesmos.
Ana Santos nº2

A Boneca

       Uma vez por outra, lembro-me da minha boneca, mais alta que eu na altura. Era a irmã mais velha que nunca tive, a minha companheira.
       Chamava-se Sizaltina. Meu pai deu-lhe este nome com a ideia de provocar a sua irmã, que possuia o mesmo nome.
        Desde então, ficou esse nome. Era impossível me esquecer de tal nome... Tinha grandes cabelos encaracolados, cor-de-rosa, vestia um macacão às riscas, azul, na cabeça um chapéu também azul, também às riscas.
         Esta boneca, nos tempos que ninguém tinha pachorra para me aturar era a única que o fazia sem reclamar. E, já que as roupas da minha mãe me ficavam que nem uns sacos de batata, vestia-lhe as diversas roupas que encontrava. Não é que também não lhe ficasse grande, mas sempre se ajustava melhor ao seu corpo.
         Eu própria a deitei ao lixo. A casa onde vivia era pequena e a boneca demasiado grande para guardar. Fui crescendo e deixei-a de parte, esse tambem foi outro motivo para a deitar fora. No fundo, custou a deitá-la fora, mas ficaram as memórias !
BEATRIZ NUNES
10º1